Relatora tenta emocionar Mauro Cid em depoimento na CPMI

11/07/2023
Por Nossa Informação

Em depoimento na CPMI, o Coronel Mauro Cid permanece em silêncio durante as perguntas da senadora Eliziane Gama, relatora da comissão parlamentar de inquérito. Assim, faz uso do direito de não precisar responder as perguntas relacionadas aos casos em que é investigado.

Embora a CPMI esteja claramente voltada aos assuntos relacionados ao dia 8 de janeiro, as perguntas estiveram relacionadas com possíveis acontecimentos anteriores ao mês de janeiro, período em que Jair Bolsonaro ainda era presidente do Brasil.

Sendo inclusive a relatora interrompida algumas vezes por outros parlamentares participantes durante o seu momento de formulação das perguntas que foram realizadas ao tenente coronel para questionamentos sobre tal conduta.

A família de Mauro Cid, pessoas ligadas às Forças Armadas, visitas que recebeu durante seu período preso foram alguns dos temas abordados nos questionamentos efetuados pela senadora responsável pela relatoria da CPMI.

Em determinado momento, quando caminhava para a finalização do processo de perguntas, a relatora na intenção de obter respostas, utilizou argumentação claramente voltada mais para o lado emocional do depoente, citando inclusive assim um possível abandono por parte de Jair Bolsonaro ao seu então comandado Mauro Cid.

"Estiveram lhe visitando várias outras pessoas, mas eu não percebi nenhum familiar do ex-presidente da república lhe visitando, o senhor se sente abandonado pelo ex-presidente Bolsonaro?", indaga a relatora.

E ainda prossegue em pergunta de âmbito mais sentimental. "O senhor tem uma caminhada dentro da carreira militar que fatalmente chegaria a ser general. E ao mesmo tempo o senhor está aqui hoje nesta CPMI sendo ouvido. Quero finalizar deixando para o senhor um apelo, que em nome da sua família e da sua história, se o senhor pensa em se dispor a contribuir com os trabalhos desta comissão", questiona a senadora Eliziane Gama.

E, neste momento, fica necessário, além de destacar o apelo sentimental em que a senadora faz durante sua pergunta. O fato de que também a própria equipe que realiza a transmissão televisiva da sessão da CPMI fez uso de uma ferramenta técnica de comunicação ao aproximar o enquadramento da imagem deixando apenas o depoente enquadrado em uma posição muito utilizada por filmes e novelas em que permite passar mais emoção ao telespectador mostrando objetivamente o olhar e expressão facial da pessoa que está na imagem.

Lembrando por fim, que foi concedido ao ex-ajudante de ordens do presidente da república um habeas corpus pelo STF que o permite ficar em silêncio durante a sessão da CPMI em que presta depoimento na condição de investigado. Sendo necessário responder quando as perguntas forem relacionados à condição de testemunha.

A senadora durante a formulação de uma pergunta sobre a saída do Brasil do tenente coronel e sua família também diz concordar que o então presidente Jair Messias Bolsonaro não precisava ter realizado qualquer tipo de adulteração sobre o se cartão de vacina.

"Tem uma pergunta que fica na cabeça de todo brasileiro, quando o ex-presidente saiu do Brasil ele era presidente da república, naquele momento não haveria a necessidade dele portar um cartão de vacinação", afirma a relatora.

E prossegue em seu questionamento. "Mas na verdade foi criada esta certificação de vacinação para que ele viajasse aos Estados Unidos. Qual a razão disso? Havia a possibilidade que ele utilizasse este cartão para outras viagens a outros países pós 31 de dezembro quando finalizava o mandato dele como presidente da república?", finaliza a senadora Eliziane Gama.

No que, assim como durante todo o depoimento, o tenente coronel Mauro Cid permaneceu em silêncio optando por fazer uso do seu direito de não responder aos questionamentos realizados na CPMI.